O curso é voltado para mulheres, LGBT, Negros/as e Indígenas
Cientes de que as ocorrências de violência sexista, LGBTfóbica e racista na UnB exigem esforços imediatos, as diretorias da Diversidade e de Esporte e Lazer, integrantes do Decanato de Assuntos Comunitários, em parceria com o projeto Escuta Diversa, vem convocar os segmentos de mulheres transexuais e cisgênero, lésbicas, bissexuais, travestis, considerando também como marcador de vulnerabilidade a condição negra e indígena, a participarem do curso de defesa pessoal.
Nossa instrutora será Yvone Magalhães Duarte, ativista de direitos humanos, faixa preta 5º grau de jiu-jitsu, campeã brasileira nos anos de 1989, 1990 e 1991 e campeã carioca nos anos de 1985 a 1989. Pioneira do jiu-jitsu, marcou sua geração no esporte pelo conjunto de técnicas refinadas, aplicadas de forma precisa na execução dos movimentos e por conquistar suas vitórias quase sempre com a finalização das adversárias.
A defesa pessoal deve ser compreendida como um conjunto de técnicas que tem por objetivo neutralizar um ataque, uma agressão ou sucessivos atos de violência pessoal, onde se utilizada técnicas de mobilização, de bloqueio, como chaves de braço, torções, alavancas, para dominar e paralisar o agressor/a de maneira segura, sem provocar danos a si e ao próprio agressor. A ideia não é inverter o papel. Sair da posição de agredido para a posição de agressor. A ideia da defesa é parar o ataque, evitar a agressão física e os danos físicos e emocionais que possam acarretar às pessoas em situação de vulnerabilidade ou de perigo iminente.
O problema de segurança no campus é persistente e reiteradamente denunciado por estudantes em rodas de debate sobre violência, especialmente aquelas destinadas a discutir a violência de gênero e LGBTfóbica, também abrangendo a questão racial. A prática de exercício de defesa pessoal pode vir a contribuir para a autoestima e fortalecimento da confiança destes segmentos da comunidade universitária diante de uma realidade institucional em que a violência é avaliada pelos mesmos como recorrente. O projeto Escuta Diversa também se propõe, alinhado à Diretoria da Diversidade no esforço de cumprimento do Programa de Combate à LGBTfobia da UnB (2012) e ao Plano de Respeito à Diversidade da UnB (2016), contribuir para a ressignificação dos preconceitos que recaem sobre grupos vulneráveis, primando por intervenções institucionais que promovam o reconhecimento da diversidade e sua valorização.
Entendendo que os acompanhamentos individuais a partir de denúncias de violência não são suficientes para sanar a banalização da violência no contexto institucional, o projeto Escuta Diversa em parceria com a DIV vem construindo estratégias de acolhimento de relatos de violência e daí desdobrando intervenções estético-políticas que venham a mobilizar toda a comunidade universitária para a reflexão crítica sobre as violências, tais como o Projeto Teatro do Oprimido. A proposta de uma aula pública de defesa pessoal vem se somar a estes esforços, primando pelo empoderamento e fortalecimento de laços entre segmentos de mulheres, LGBT, negros/as e indígenas da UnB, contribuindo para um senso de pertencimento comunitário e de resistência a toda forma de violência.
AULA DEMONSTRATIVA:
- Data: Quinta-feira 08 de junho
- Hora: 12:00H
- Local: UDFinho – ICC Sul – Campus Darcy Ribeiro
- Não há necessidade de realizar inscrição para a aula demonstrativa, bastando comparecer ao local até o horário de início.
AULAS REGULARES:
- Quartas e Sextas de 12:00h às 13:00h (turma 1)
- Quartas e Sextas de 13:00h às 14:00h (turma 2)
- Ficha de inscrição para a aula regulares.
Observação: notícia publicada originalmente em 01 de junho de 2017 no site da Diretoria da Diversidade, que foi substituída pela Secretaria de Direitos Humanos em 03/06/2022 pelo Ato da Reitoria Nº 0582/2022.